quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Como nasceu meu ativismo

Ele era um obstetra senhor, me parecia muito experiente. Virava e mexia desmarcava consultas com a gente na sala de espera, pois alguma gestante entrava em trabalho de parto. Dizia sempre que o normal era o melhor, mas que deixasse por conta dele e pro final, era cedo pra pensar nisso. Quando eu disse que lia artigos na internet, ridicularizou dizendo ser textos de pessoas leigas... Quando fiz um ultrassom por volta da 32ª semana, a Nena ainda estava sentada. Questionei sobre versão cefálica externa, ele me disse que "pela experiência dele - Ooohhhh!- era um procedimento ultrapassado, com muitos riscos e poucas chances de sucesso, mas que ainda dava tempo dela virar. Pediu exames de coração, coagulação e outros mais, até um perfil biofísico fetal. Ele queria achar pêlo em ovo. No exame, a bebê dormiu, a ultrassonografista já começou a aterrorizar dizendo que ela poderia não ter virado por ter alguma deficiência, síndrome, pois não era normal um bebê quieto, que não se mexia, que não "reagia" daquela forma. Disse que eu tinha que voltar emergencialmente ao médico para ele "verificar a conduta".  Parece um complô, sabe? Exames e medos que plantam na cabeça de uma mulher preocupada com seu bebê (eu já tinha perdido 2 anteriormente), de forma que você peça a
cirurgia achando que teria tudo sob controle. Eu tentei fugir, mas não foi o suficiente. Tomei atitude tarde demais- mas aí começa a parte de virar a página, do post de amanhã. Cheguei no Santa Joana com dilatação total, trabalho de parto todinho em menos de 6 horas, e fui pra cirurgia me cagando de medo, pela minha vida, pela vida da minha bebê, pelo sentimento de impotência, fracasso. Ela nasceu bem, mas pra mim não foi suficiente ela ter "sobrevivido". Eu sempre quis mais pra mim do que o senso comum. Eu sempre quero o melhor ao meu alcance para minhas pessoas amadas. Nesse momento, minha filha foi extraída de mim, e a partir daí eu não iria deixar me tirarem mais nada: nasceu o ativismo.

domingo, 18 de agosto de 2013

RELATO DE PARTO- MARIEVA


Dia 28/07/2013- Domingo

Depois de refazer os cálculos de dívidas dos meses seguintes, cheguei à conclusão de que não poderia optar pelo parto domiciliar, pois o dinheiro reservado num título de capitalização teria que ser direcionado ao pagamento do limite do banco, que já estava em excesso. Fiquei triste, mas ao mesmo tempo isto sanou uma dúvida que sempre retornava de uma forma ou de outra: a obstetriz me atenderia, ou eu iria para o hospital humanizado coberto pelo convênio? Sobrou somente a opção do hospital, que não geraria custo- extra. Agora a questão seria fazer o plano de parto para negociar os procedimentos com a equipe. E com essa decisão chegamos ao final da noite, sem nenhum sinal do trabalho de parto, inclusive durante o banho tinha feito um toque, mas o colo estava impérvio, fechado, mesmo depois do namoro do dia anterior...
A Manuela estava extremamente chorona e irritada, então eu peguei no colo, abracei, beijei e pedi pra ela cuidar de mim e dormir comigo, para que eu não ficasse triste... Porém quando era meia-noite e quarenta eu ainda não tinha conseguido dormir. Fui ao banheiro fazer xixi e ao olhar para o papel com que me limpei, vi minúsculos traços de sangue. Eu já estava sentindo uma pressão com sensação de dilação do colo, como se o fundo da vagina estivesse esticando pros lados, mas diante de tantas coisas que eu senti nessa gestação (trabalho de parto prematuro, pródromos longos), era provável que eu estivesse enganada, mas o tampão já estava saindo em maior quantidade há alguns dias. Voltei pra cama e nada de sono, as idéias sobre o parto não saíam da minha cabeça. Decidi orar e conversar com Deus, pedindo que se a Marieva estivesse pronta e fosse da vontade Dele, que permitisse seu nascimento de acordo com o meu merecimento, pois eu estava pronta para encarar da maneira que fosse. Conversei mentalmente com a Eva, falando que estaria junto à ela e faria tudo de melhor possível por ela, por seu nascimento, por toda a vida. Decidi tomar uma xícara de achocolatado quente, assim como fazemos para confortar as crianças para que durmam, acompanhado com bolachas de maisena. E funcionou, dormi rápida e profundamente.

Dia 29/07/2013- Segunda-feira


Por volta das 6:00h da manhã, uma cólica me acordou. Não estava forte, mas incomodava. Passou um tempinho e veio outra, mas achei ser cólica intestinal por causa do lanchinho da madrugada, pois era irregular. Levantei e peguei o telefone sem fio pra ver a hora, e marquei mais uma: 6:13h; Outra: 06:19h; Outra: 06:28h; Outra: 06:36h. Pensei: “- Não é trabalho de parto, tá irregular. Mas eu não consigo dormir, tá incomodando. Vou tomar um banho, se for TP vai ficar regular e engrenar, se não for, eu relaxo e durmo de novo.” E fui, fechei as portas dos quartos pra não acordar ninguém. Ao entrar no banho, o incômodo inicialmente aliviou demais, quase sumiu. Em menos de 15 minutos, toca o alarme pro Raphael acordar e ir trabalhar, ele abriu a porta, olhou pra mim e falou: “- O que foi que aconteceu?” e eu respondi: “- O que aconteceu não, o que tá acontecendo... estou com cólicas, mas estão irregulares, então entrei no banho pra ver se passava, mas o intervalo diminuiu e agora a dor tá punk! Mas já já eu saio”. Eu não acreditei nos meus sentidos, nem contei pra ele, mas eu havia feito um toque durante esse banho e senti como se fosse uma bexiga molhada no meio do colo, passando a mão sentia como se fosse o cabelo da neném, e correndo os dedos pros lados, parecia ter bem mais de 3 dedos de dilatação, o colo fazia um rebordo tão fino como um tecido. Mas não poderia ser verdade, eu, sem experiência técnica obstétrica, estar sentindo isso com tamanha perfeição. Devia estar enganada! Sem que eu percebesse, meu corpo já denunciava a verdade, me exigindo apoiar no vaso ou na parede quase ficando de 4 durante as contrações.
Saí do banho e me enxuguei, veio uma contração. Vesti a roupa de baixo, outra, a roupa de cima, outra, e tive que me sentar no chão pra calçar o tênis. Olhei pro Raphael e disse: “- Pode tirar esse uniforme e colocar “roupa social de passeio” (de onde eu tirei isso???!!!!), pois nós vamos pro hospital, ela vai nascer hoje!”. Fui pra cozinha e coloquei o café na cafeteira, veio outra contração, me apoiei na parede da cozinha e disse pra ele marcar a hora. Lavei os copos das crianças, e pedi pra marcar de novo. Tentei fazer outra coisa (nem sei mais o que era) e veio outra. Ele gritou: “Caramba, tá de 1 em 1 minuto essa porra!” hahahaha, por dentro eu ri. Avisei pra acordar as crianças, corri pra pegar os agasalhos, tudo tinha que ser feito no intervalo das contrações, porquê durante, eu não via nada, não pensava, só ficava de 4 na cama ou no sofá, encostava a boca pra abafar e gemia! Vestimos as meninas meio que dormindo, avisamos que a Eva nasceria, ainda quis tomar café, ele disse: “-Vamos logo!”. Vi a pressa no rosto dele. Abriu a porta, pegou as crianças, as chaves do carro e chamou o elevador. Eu peguei a bolsa, mas veio uma contração, eu ajoelhei no chão e gritei no sofá pra abafar: “Não dá, espera! AAAAAiiiiiiiiiiiii!”. Passou, entrei no elevador torcendo pra não entrar nenhum vizinho e descer os 15 andares direto, mas entrou um rapaz no 4º andar, e eu só pensava no que ia fazer se viesse uma contração. Foi muito engraçada a cara de susto do Raphael no elevador, pois olhou de repente pra barriga e percebeu que tinha baixado muuuiiiittto!! Eu senti que ao mesmo tempo em que se assustou, ficou fascinado de ver o corpo funcionando... imagina só se ele assistisse ao parto!A porta do elevador abriu no térreo, o Rapha correu com as meninas e eu saí voando também, mas uma contração me pegou em frente à quadra de esportes, eu grudei no alambrado e segurei um grito. Corri pro carro quando passou, e assim fomos: eu gemendo alto a cada contração, segura de que com os vidros fechados ninguém ouvia, embora os vidros não fossem filmados e todos me vissem. Na saída do condomínio, tocou na rádio um rock da nossa playlist do pen drive, e eu tentei cantar junto, vieram contrações e eu não senti necessidade de gemer nem pareciam doer tanto, eu avisei que a música me concentrava e diminuía a dor, mas a música acabou, e veio a tensão: ao entrar na Dutra pra ir pro Santa Marcelina de Itaquera, o trânsito pesado em ambos os sentidos. Tentamos ligar o pisca-alerta, sem sucesso, tentamos o acostamento, deu na mesma. Raphael questionou se não poderíamos ir pro Hospital Carlos Chagas, cheguei a falar que não, mas depois mudei de idéia, pois imaginei eu parindo dentro do carro em pleno acostamento da Dutra e o helicóptero-águia da PM vindo me buscar, pousando na rodovia, eu seria o noticiário do dia! Engraçado que nem no parto da Mariana o Raphael estava tão desesperado, dirigindo feito um louco: o carro solavancava, subia na guia, acelerava nas curvas, eu gemia alto no banco da frente e as meninas faziam “ola” com os bracinhos pra cima no banco de trás, achando que estavam numa montanha-russa, nem perceberam o que estava acontecendo. Quando perguntávamos pra onde era o Carlos Chagas, as pessoas perguntavam de volta: “-Maternidade?” e eu tinha vontade de responder: “Não, açougue, senhor!” kkkkk Durante o percurso o Raphael chegou a me criticar: “Caramba, mas você também deixou pra me avisar em cima da hora!” e eu só pude responder que eu soube praticamente que era a hora de nascer no mesmo momento que ele (quase chorando, me sentindo culpada).
Chegamos na porta do hospital, confusão pra descer do carro, as pessoas olhando e uma senhora ajudou a tirar as meninas e depois abriu a porta para eu descer. Coincidentemente, essa senhora é a mãe da moça que seria minha companheira de quarto. Entrei já dizendo pra recepcionista: “- Trabalho de parto”, ela indicou a triagem e eu entrei resumindo a situação, respondendo à perguntas, mandaram eu sentar pra medir a pressão e eu pensei que não conseguiria, que era um procedimento infame e inútil. Entre as contrações eu respondia tudo, mas durante, viajava pra partolândia.... me pediram pra deitar na maca, eu consegui somente sentar e veio outra. A enfermeira: “-Mãezinha, deita pra gente examinar, se demorar seu bebê vai nascer aqui e vai complicar pra gente...”. Mentalmente eu xinguei ela pelo “mãezinha” e pensei que se nascesse ali, dane-se se complicasse pra ela, quem importava éramos nós!. Deitei, ela examinou e falou baixo pra outra enfermeira:”Dilatação total, encaixada, libera o corredor, pede pro segurança prender o elevador pq vai nascer, pega a maca a-g-o-r-a!”. Me ajudaram a trocar de maca e eu me senti numa Ferrari, correndo pelos corredores do hospital, gemendo de olhos fechados, sentindo o vento e os solavancos das portas e elevadores, ouvindo as orientações: “Mantenha as pernas juntas e não faça força, senão vai nascer na maca!”. Ao entrar no Centro Obstétrico, a médica olhou e avisou: “-É só a bolsa que tá segurando esse bebê, chama a Neo que vai nascer!”. Fui respondendo às mesmas perguntas que a enfermeira fazia novamente pra médica saber, numa das ocasiões ela me chamou de mãezinha novamente e eu não me contive: “Mã-e-zi-nha? Não, Mãezona! Eu aqui fazendo mó força pra parir e tu me chama assim? Eu tenho nome e preciso de apoio moral numa hora dessas!”. Ela entendeu o recado, e nas vezes seguintes, ia começar a falar “mãe”, se corrigia e me chamava pelo nome. Ao contar pra médica das contrações irregulares e do banho, ela riu e disse: “Tomou banho, relaxou, aí engatou mesmo!”.

O NASCIMENTO

A médica pediu o instrumento pra romper a bolsa, não saiu quase água nenhuma na hora, eu senti Eva descer e pedi pra não fazer episiotomia, a médica respondeu: “-Vamos ver se dá...”, eu pensei: “tinha que dar”, ela combinou comigo: segura aqui do lado, vai fazendo força bem devagar, quando eu pedir você pára. E assim foi, eu fiz isso umas 3 vezes, chamava pela Eva, Marieva, as pessoas admiraram o nome. Duro era parar, o corpo pede a força, praticamente faz sozinho. Eu disse um “ai” ardido, ela perguntou se doeu, eu falei que estava sentindo o círculo de fogo, veio outra contração e ela pediu pra empurrar devagar, senti a cabeça da Eva passar, comentei com a médica, na próxima o ombro passou e ela escorregou o resto do corpo com o líquido amniótico junto, ouvi os parabéns. Colocaram Eva na minha barriga, meio esbranquiçada e arroxeada, eu puxei ela pra mim, a médica pediu de volta pra enxugá-la e me devolveu, eu beijei seu cabelo, cheirei, chorei, não acreditei. Falei com ela coisas que não ficaram gravadas na minha mente, mas com certeza nas nossas almas. Ficamos ali durante a liberação da placenta, teve massagem pra ajudar, eu vi aquele órgão e agradeci mentalmente por nutrir minha filhota. Vi o cordão branquinho, foi clampeado tardiamente, cortado e levaram ela pra aspirar, eu vi e a ouvi chorar, me senti impotente de não poder fazer nada, mencionei o quanto aquilo devia incomodar, que se eu pudesse estaria no lugar dela, mas foram breves ao menos. Me devolveram ela envolta no campo aquecido, protegi seu rosto da luz na expectativa que abrisse os olhos deitada sobre meu peito. A médica avisou que lacerou somente a pele e que precisava de 1 ponto, eu disse que não precisava suturar, ela disse que faria somente para cicatrizar mais rápido, eu acabei aceitando, não era hora de brigar. E depois descobri que ela deu o tal “ponto do marido”, foram 2 picadas sem anestesiar, meio chatas, mas breves, porém inchou demais depois, e quando cicatrizou percebi que algo estava diferente . A Neonatologista questionou a nota de Apgar, a médica disse que tiraria 1 ponto na hora em que nasceu, mas se lembrou que o CO estava gelado porque estava com tudo desligado , inclusive o ar-condicionado, e ela recebeu notas 9-10.
Levaram a gente pro corredor pra esperar sair a internação, que não havia ainda sido liberada, pois chegamos às 08:00h e ela nasceu às 08:05h. Enquanto eu aguardava o café da manhã, coloquei ela pra mamar, abriu os olhos mas sem fixar o olhar em mim, e qual minha surpresa ao sentir a primeira mama esvaziar, ao trocá-la para a outra, vê-la babar leite branco: o colostro já tinha sido tomado e o leite desceu! Fomos a atração do CO, todos que passavam olhavam ela já mamando e se impressionavam, perguntavam do parto e ficavam surpresos ao saber da rapidez. Eu era um ET!kkkkkk A médica perguntou das minhas sorologias (pois não estavam marcados os resultados no cartão de pré-natal, eu disse que estavam OK e que eu tinha feito no primeiro trimestre, ela explicou que a Neonatologista normalmente não deixaria a bebê mamar se não tivesse resultados em mãos para evitar contaminações, mas como já tinha mamado... mesmo assim, meu marido teve que trazê-los impressos pra liberar a bebê pro quarto depois que eu tomei banho e almocei (cerca de 5 horas de observação no berçário). A enfermeira alegou que esse período de observação seria porque bebês nascidos na época do frio tinham tendência a desconforto respiratório e deveriam ser observados (hãmmm??? em que faculdade ela se formou? Isso é padrão de atendimento de bebê nascido por cesariana, não por parto normal, que percebe-se, é raro neste hospital).

A INTERNAÇÃO

Demorou cerca de 4 horas pra uma enfermeira vir me ajudar no banho, quem me trouxe ao quarto recomendou que não levantasse sozinha da cama nem tomasse banho antes do almoço (pois eu estava quase em jejum), para evitar desmaios. Embora eu quisesse muito tomar banho, por insistência do marido, para evitar desgastes eu aguardei, até mesmo respeitando a rotina de trabalho da enfermeira, que quando veio, me ajudou com a maior prática a pôr a temperatura certa no chuveiro, me ajudou a enxugar as pernas e pés pra eu não abaixar e até a vestir a roupa de baixo.
Neguei as medicações pra dor, embora as cólicas ao amamentar estavam punks, parecia que eu ia parir outro bebê.
No 2º dia de internação foi receitado “plasil” pra incentivar a produção de leite, eu já tinha leite pra caramba (quem estava com problemas na descida do leite era minha companheira de quarto), e eu acabei tomando, pois não lembrava no momento pra que servia e não quis ser grosseira, já tinha negado outras medicações. Na caída da noite, quando conversava sobre a amamentação com minha companheira de quarto pois já estava sentindo uns caroços na mama esquerda, relatei que no parto anterior, quando meu leite desceu a quantidade foi tanta que a Manuela não dava conta de mamar e tive mastite durante a internação. Contei que o sintoma foi febre e uma tremedeira tão grande, e do medo de separarem a Manu de mim, pois embora eu soubesse que a febre era da mastite, o médico sempre suspeitaria que fosse uma infecção, e neste caso isolaria a bebê no berçário novamente até que o resultado desse negativo. Na ocasião, eu liguei pra minha mãe e perguntei a dose de dipirona, tomei e quando a enfª voltou pra medir, já não tinha mais febre. Não sei se relatar tudo isso mexeu com meu emocional, só sei que repentinamente eu comecei a sentir frio, a moça do outro leito estava somente de lençol e eu tremendo tanto, mas tanto, que mal conseguia falar, meu queixo tremia e os dentes doíam, meu corpo tremia tanto que eu tive medo de deixar a Marieva cair dos braços. A moça do outro leito chamou a enfª, que mediu e disse não ser febre, me trouxe 2 cobertores e me sugeriu tomar o antitérmico que supostamente “preveniria” uma febre provocada pela perda de sangue, pois segundo ela o corpo poderia não entender que ocorreu um parto e disparar uma inflamação pelo corpo, o que prorrogaria minha internação. Novamente o medo (de isolarem a Marieva) me fez abrir mão dos valores e tomar a medicação. Ela me trouxe o comprimido, pois acredito eu que foi relatado no prontuário que eu neguei a medicação líquida anteriormente pois não tinha queixa da dor, e eu havia brincado sobre o gosto ruim do remédio.
Além disso, a internação foi razoável, embora eu tenha algumas questões a comentar (e pretendo inclusive formalizar um e-mail ao hospital, pois acredito que se ninguém reclamar, como eles podem saber o que deve ser melhorado?):

  • no berço que veio pro quarto, mandaram lencinhos umedecidos com álcool para limpar o umbigo do bebê, bem práticos, mas confesso que o álcool tradicional e cotonete me trariam melhor segurança na aplicação; neste mesmo carrinho, um monte de gaze pra limpar o bebê na troca de fraldas- achei muito grosseiro passar gaze na pele delicada do bebê, usei o lenço umedecido para pele sensível, sem álcool e sem perfume que meu marido comprou fora do Brasil.
  • O chuveiro não funcionava, e tivemos que usar a ducha presa no suporte da parede para nos lavar (molhou o banheiro todo, que não tinha box de vidro, apenas cortina);
  • o café da manhã era servido em quantidade pequena, e quando pedi mais pão e café à copeira, ela olhou com cara de desdém e disse que iria ver se tinha mais (caramba!), voltou com o café e o pão sozinhos, ao invés de uma nova bandeja de café;
  • o lanche da noite era servido muito cedo (por volta das 19:00h) e o café da manhã bem tarde (08:00h), então era a madrugada inteira tomando só água, achei muito pouco para mulheres que acabaram de ganhar bebê, com sangramento e ainda amamentando. Claro que eu pedi pro meu marido trazer lanchinhos!
  • No 2º dia de internação, bem no horário do banho demonstrativo no quarto, a Marieva engasgou com leite e ficou sem respirar, muito vermelha, por 3 vezes seguidas, nas quais a enfª rapidamente fez a manobra do tapa nas costas pra ela respirar, e eu fiquei assustada por ter acontecido tantas vezes, me questionando se poderia haver algo errado. Mas na 4ª vez que aconteceu, depois do banho, ela não estava mais no quarto e quem teve que fazer a manobra fui eu, com ela no colo na cama, e percebi o que estava errado: a manobra tinha sido feita pela enfª sem apoio do tórax, ou seja, o tapa foi muito mais dolorido do que eficaz no socorro. Me lembrei que numa situação de emergência, ter calma e bom treinamento é muito mais importante do que ter pressa!
  • Marieva bateu todos os recordes: nasceu a mais pesada das filhas, com 2,835Kg; a mais comprida, com 46,5cm; e o trabalho de parto ativo mais rápido (menos de 2 horas).

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Limpeza total- de Reader´s Digest seg, 26 de set de 2011 11:58


Dicas muito bacanas para organizar o dia-a-dia com praticidade, ganhando tempo para outras coisas mais divertidas:
Saiba como eliminar toda a sujeira da cozinha – até dos cantinhos mais difíceis de limpar.
1 - Cubra os armários altos na cozinha, onde se acumulam gordura e pó, com papel grosso ou jornal. Troque o papel duas vezes por ano.
2 - Esfregue o mofo da borracha da geladeira com uma escova de dentes velha mergulhada em vinagre branco.
3 - Limpe atrás da geladeira, do forno de microondas e da lavadora de pratos uma ou duas vezes por ano. As baratas se escondem e procriam nesses lugares escuros e quentes.
4 - Limpe em torno dos queimadores da mesa do fogão com a extremidade de uma colher de chá envolvida em um pedaço de pano úmido.
5 - Se o sifão da pia entupir, derrame 1 xícara de bicarbonato seguida de 1 xícara de vinagre. Quando parar de borbulhar, despeje água fervente e use um desentupidor de pia para forçar a passagem do resíduo.
6 - Amarre o capuz de um moletom velho na ponta da vassoura e use-o para limpar teias de aranha no teto.
(Fonte: Salve o Meio Ambiente – Reader’s Digest)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Coisas que eu faço para economizar e ajudar o planeta

É um tópico que parece óbvio, mas tem algumas práticas diárias que passam desapercebidas, onde a gente poderia fazer mais pelo mundo em que nossos filhos viverão. Acredito que educação para a sustentabilidade  (assim como educação de forma geral) deve vir de casa, por isso dou meu exemplo às minhas filhas. Vão minhas dicas:
* Sacolinhas de mercado- faz 4 anos que estou casada, 2 anos que não pego mais estas sacolinhas (uso a ecológica, ou o serviço de entrega do supermercado), porém parece que elas dão cria e se multiplicam enquanto a gente dorme! Não consigo acabar com elas nunca! Então não compro mais saco de lixo, uso as sacolinhas, e aproveito pra dispensar o lixo diariamente, para não ficar cheiro ruim na área de serviço.
* Lixo reciclável- eu separo do lixo de banheiro e da cozinha. Só que antes eu não lavava as embalagens, porque pensava no gasto de água que daria. Só que eu soube que grande parte deste lixo não pode ser reciclado se estiver com restos de comida e mofo, então eu jogo na pia, para que a água da louça que eu lavo vá tirando estes resíduos. No final da louça, deixo secar dentro do tanque antes de colocar na sacolinha. Algumas vezes, deixo que a água que sai da máquina de lavar roupa faça o trabalho de lavar pra mim, dentro do tanque mesmo.
* Falando em máquina de lavar roupa- deixo a roupa da família juntar pra ligar a máquina, separo por cor, nível de sujeira e finalidade das roupas, para que a máquina trabalhe somente o necessário. Isto gera economia de energia, água e produtos de limpeza também. Fica assim:
# Roupas das crianças- 2 vezes por semana, máquina no nível médio.
# Uniforme do marido (mecânico) - lavo toda sexta-feira.
# Roupas brancas, meias, cuecas e lingerie- lavo apenas 1 vez por semana, ao invés de cândida, uso produtos à base de oxigênio na fórmula.
# Panos de prato e toalhas de mesa- deixo juntar 2 ou 3, ponho de molho na água quente com sabão em pó (que economiza sabão e tempo, pois derrete a gordura). Depois uso o nível extra-baixo da máquina somente para esfregar, enxaguar e centrifugar.
# Roupa colorida do dia-a-dia- lavo uma vez por semana.
* Descarga do vaso sanitário- uso a água do banho das crianças que fica na banheira ao invés de dar a descarga. Além do banheiro ficar com cheirinho de sabonete de bebê, economiza água. Podem ser apenas 4 descargas por dia (se bem que tem dia que eu esqueço e jogo a água pelo ralo), mas já deu diferença de R$10,00 a menos na minha conta de água...imagina se eu fosse pontual e usasse todos os dias.
* Limpeza do chão- comprei um rodo mágico que faz a função de rodo e também de pano de chão: absorve muita água, tem uma alavanca que ajuda a torcer sem entrar em contato com o esfregão e com a água suja, dura cerca de 6 meses (depois troca o refil), não levanta pó (substituindo a vassoura), não deixa marcas no chão. Além disso, limpa muito melhor que o pano, não deixa fiapos nem excesso de água no chão, economizei cerca de 15 minutos na limpeza da casa. Ideal pra quem tem criança (pra não pegar no bebê com a mão suja), pra quem tem alergia desses produtos de limpeza, pra quem tem nojo de lavar o pano de chão depois, pra quem não tem espaço pra guardar tranqueira. Custa cerca de R$60,00 (importado). A marca Betanin tem um similar, de cor verde e amarela, mas o cabo é de madeira e a absorção não é a mesma do importado. O importado tem o cabo de inox. Segue link pra conhecer uma das marcas do produto:


* Passar roupa- Passo tudo de uma vez quando sai do varal. A dica é bater a roupa no ar antes de estender e colocar bem esticadinha, pra ficar com menos rugas na hora de passar, de preferência não dobrar quando tirar do varal.
* Ferro de passar- vale mais a pena comprar um ferro mais caro, com mais recursos, e pagar parcelado, do que comprar um baratinho e passar raiva quando passar roupa. Tempo é dinheiro. Isso vale para todos os eletrodomésticos. Hoje as tecnologias são: vapor vertical (pra passar roupas no cabide, desodorizar roupas e cortinas), prancha com maior números de furos para saída de vapor, base em cerâmica (conserva mais o calor, diminuindo o gasto de energia para reaquecer o ferro), spray para umedecer rugas difíceis, autolimpeza (pra eliminar resíduos da água de dentro do ferro, aumentando a durabilidade).
# Outra dica é utilizar o famoso "passe-bem", que ajuda a eliminar as rugas com menos esforço e deixa as roupas com cheirinho bacana, mesmo quando ficam muito tempo guardadas, como por exemplo roupas de cama.
* Supermercado:
# Faço lista de compras pra não perder o foco.
# Não vou ao supermercado com fome (comprovadamente compramos mais besteiras, por impulso).
# Procuro sempre comprar produtos "in natura": farinhas, cereais, carnes, vegetais, laticínios, chás; os industrializados são práticos, mas não sou tão adepta de conservantes, corantes e sei lá mais o quê eles colocam na comida pra ficar tanto tempo sem estragar e ainda ficar gostosa. Cuidado com os chás de saquinho: alguns contém corantes e aromatizantes artificiais  (que não citam na fórmula, mas minha amiga que trabalha em laboratório confirmou). Economia no mercado, gera gastos em remédios quando você ficar mais velho. Aumenta o tempo gasto pra cozinhar, mas nada que uma programação de comida caseira congelada não resolva. Os elogios aumentam também.


Espero ajudar com algumas das dicas, conforme eu for descobrindo novas formas, atualizo o tópico!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A vitamina do sol

Achei o texto abaixo muito interessante e decidi transmitir a informação, que consta no site da Yakult, marca que eu gosto muito, pela filosofia de trabalho e grande qualidade dos produtos oferecidos. O texto abaixo é somente uma parte da reportagem, o restante consta no site linkado em "Fonte".
Essencial para a saúde, vitamina D interage com o DNA e influencia mais de 200 genes 
Marli Barbosa
Especial para Super Saudável

Muitas das doenças da civilização moderna estão associadas com a deficiência de vitamina D. Embora esteja tradicionalmente relacionada à saúde dos ossos e músculos, estudos relevantes têm demonstrado a importância desse componente, também, para a prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, esclerose múltipla, doenças autoimunes e alguns tipos de câncer, entre outras enfermidades. A carência de vitamina D, problema que afeta cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo o planeta, tem preocupado a classe médica mundial e os especialistas brasileiros, onde a população também sofre com o problema apesar do privilégio de contar, durante todo o ano, com a luz solar, maior fonte natural da substância.

A vitamina D é um hormônio produzido naturalmente pelo organismo. O sol é fundamental porque tudo começa quando os raios ultravioleta atingem moléculas de pré-colesterol presentes na pele, transformando-as em pré-vitamina D. Após o banho de sol, essa pré-vitamina vai para o fígado e passa por um processo químico. A última transformação ocorre nos rins, resultando na forma ativa da vitamina D, o potente hormônio esteroide chamado calcitriol. Este hormônio age nos tecidos por todo o corpo, fato que explica porque a deficiência é relacionada a tantas doenças diferentes. Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, cujos resultados foram publicados no ano passado na revista Genome Research, ampliou de forma contundente as evidências de que a deficiência de vitamina D pode aumentar os riscos de desenvolvimento de muitas doenças. A pesquisa relacionou pontos nos quais a vitamina D interage com o DNA e identificou mais de 200 genes que são influenciados diretamente por essa substância.

Pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), constatou deficiência de vitamina D em um grupo expressivo de voluntários. Dos 603 indivíduos saudáveis da cidade de São Paulo que participaram do estudo, 77,4% apresentavam níveis de vitamina D abaixo do recomendado, que é de 30ng/ml, ao término do inverno. Meses depois, no fim do verão, a taxa ainda era alta – 39,6%. Diferentemente da Europa, onde o Comitê Permanente de Médicos Europeus, com representantes de 27 países, defende que alimentos comercializados sejam enriquecidos com o nutriente, o Brasil ainda não tem iniciativas organizadas para combater a deficiência de vitamina D. No entanto, vários especialistas apoiam a política de fortificação, como a médica Vera Lúcia Szejnfeld, professora de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo.

“Mais de 90% da vitamina D presente no organismo é produzida em resposta à exposição da pele aos raios ultravioleta, mas, devido ao modo de vida atual, as pessoas não têm ficado expostas ao sol na quantidade suficiente e da maneira correta, o que justifica a iniciativa de enriquecer alimentos como forma de reposição”, argumenta. A especialista frisa que o sol necessário para produzir a vitamina D é justamente aquele normalmente evitado por causa dos riscos, entre 10h e 16h, e que apenas 15 minutos diários, com pernas e braços descobertos e sem filtro solar, são suficientes para a produção necessária ao organismo. Poucos alimentos, como o salmão e outros peixes ricos em gordura, apresentam boa concentração da vitamina D. Ovos e leite integral também contêm o nutriente, mas em baixa concentração. 


Fonte:
http://www.yakult.com.br/yakult/default.aspx?c=309&ss=true

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vacinação

Estou postando este tópico hoje porque nossa Manuela foi ao posto de saúde tomar as  vacinas do 2º mês de vida. Tomei uma bronca do pediatra, dizendo que a 2ª dose da vacina contra Hepatite B estava atrasada, pois era fornecida no 1º mês de vida, como consta na Caderneta de Saúde da Criança que ela ganhou na maternidade, e qual não foi minha surpresa ao saber da funcionária do posto que o médico e a caderneta estavam desatualizados, pois esta dose é dada 2 meses após a 1ª dose (ao nascer ou após o bebê completar 2 quilos, que foi o nosso caso).  Decidi então confirmar o calendário oficial de 2011, onde a funcionária inclusive me mostrou que foram inclusas vacinas no 3º, 5º e 7º meses de vida (contra Pneumonia e Meningite),  que antes somente estavam disponíveis na rede privada. 


Calendário de vacinação para crianças até seis anos de idade - 2011Ao nascer - BCG + HEPATITE B
2 meses - POLIOMIELITE (ORAL) + HEPATITE B + DTP-Hib + ROTAVÍRUS
3 meses - PNEUMOCÓCICA 10 valente + MENINGOCÓCICA C
4 meses - POLIOMIELITE (ORAL) + DTP-Hib + ROTAVIRUS
5 meses - PNEUMOCÓCICA 10 valente + MENINGOCÓCICA C
6 meses - POLIOMIELITE (ORAL) + DTP-Hib + HEPATITE B
7 meses - PNEUMOCÓCICA 10 valente
9 meses - FEBRE AMARELA1
12 meses - SARAMPO-CAXUMBA-RUBÉOLA + MENINGOCÓCICA C
15 meses - POLIOMIELITE (ORAL) + DTP + PNEUMOCÓCICA 10 valente
4 a 6 anos - POLIOMIELITE (ORAL) + DTP + SARAMPO-CAXUMBA-RUBÉOLA


Fonte: http://saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=213294


Dessa forma, divergências resolvidas, estou cuidando da Manu, que aceitou bem a vacina contra Rotavírus (que a funcionária disse ser doce) e torceu a cara legal para a de Pólio. E somente chorou na aplicação das demais nas coxas, mas desde que saiu do posto dorme quase direto, chora quando se movimenta  e não quer mamar. Minhas mamas estão já ingurgitando, estou esterilizando o pote e a bombinha pra retirar o leite e armazenar, pra não ter mais problemas depois. 

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Tabela brasileira de tamanhos de roupas de bebês

Pessoal, achei esta tabela numa etiqueta de macacão da Manuela, e achei bem interessante, pois quando a gente é mãe de primeira viagem, fica meio difícil saber de quando-a-quando uma criança usa um determinado tamanho de roupa (em média), então a gente fica perdida nas quantidades que deve comprar de acordo com os modelos e estações do ano. Vale também como guia quando a gente vai comprar presente pra alguém que tem criança pequena, lembrando que podem haver divergências de marca uma marca para outra e de uma criança para outra,  pois cada criança é única, mas já ajuda bastante.


TAMANHO IDADE PESO ALTURA
PRE prematuros menos de 3 kg menos de 48 cm
RN 0 a 1 mês 3 a 4 kg 48 a 55cm
P 1 a 3 meses 4 a 6 kg 55 a 60cm
M 3 a 6 meses 6 a 8 kg 60 a 65cm
G 6 a 9 meses 8 a 9 kg 65 a 70cm
GG 9 a 12 meses 9 a 10 kg 70 a 75cm
1 12 a 16 meses 10 a 12 kg 75 a 85cm
2 16 a 20 meses 12 a 14 kg 85 a 95cm
3 20 a 24 meses 14 a 16 kg 95 a 105cm